quarta-feira, 10 de abril de 2013

Dias demasiado compridos

Hoje está a ser um dia demasiado comprido... a minha mãe foi operada esta tarde. Foi sujeita a uma hemitiroidectomia, procedimento que ainda que relativamente simples me fez passar o dia todo com o coração nas mãos.
Fez e faz, pois ainda que o intra-operatório tenha corrido bem, o nervoso miudinho continua cá.
Este sentimento agrava-se sem dúvida pelos 2000kms que nos separam e por assim não poder estar lá, fazer-lhe uma visita rápida nos cuidados intermédios, serviço que me é tão conhecido, pois foi lá que fiz o meu último estágio curricular, e por conhecer tão bem todos os riscos inerentes mesmo às cirurgias mais simples (ossos do ofício).
O facto de ter sido operada só da parte da tarde e de aqui na Suíça ser uma hora mais tarde, faz com que o dia de hoje me pareça mais comprido que os outros. 
É em dias assim, que se questiona se vale a pena estar longe daqueles que mais amamos. Digo frequentemente que já não é um sacrifício estar aqui, fiz bons amigos, tenho o meu emprego, uma boa qualidade de vida, o meu cantinho com o P., mas... esta distância dos meus pais mata-me aos poucos, a cada prova deste género que enfrentamos (que infelizmente têm sido algumas), a cada despedida após as férias. 
Ainda que os tenha abraçado na semana passada, as saudades são já mais do que muitas (sim, sou uma filha única das mimadas, felizmente em termos afectivos, não tanto a nível material). 
Conforta-me ter muita confiança nos cuidados prestados na instituição hospitalar onde ela está, e saber que ela e o meu pai estão sempre rodados de alguns familiares que a cada dia tornam real o verdadeiro significado de família.
Que estes dias passem rápido e levem com eles este sentimento de insegurança, uma boa recuperação pós operatória e o resultado que mais desejo para a análise citológica do que lhe foi retirado.
Que venham os dias mais curtos!!! (mas só em preocupações, não em sol)

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