Serei eu a demasiado conservadora????

Um destes dias presenciei uma situação que me deixou desconfortável e, apesar de saber que não devo interferir na educação dos filhos dos outros, enquanto profissional de saúde e mesmo enquanto pessoa, fiquei a roer-me por dentro por nada puder fazer.
Ora, o P. teve um convívio com os ex-colegas de trabalho. Quando chegou a casa disse-me que o J. também lá tinha estado com os dois filhos (um com 16 anos que também já trabalhou lá nas férias, e outro com 14 anos), e que o mais novo se tinha embebedado. Já não achei muito normal, mas sempre pensei que o pai o tivesse repreendido.
Qual o meu espanto quando, na semana seguinte vamos jantar a casa deles, num domingo à noite (consequentemente dia de escola para os miúdos no dia seguinte) e, após o jantar, põem toda uma escolha de vodkas em cima da mesa para os amigos - a bebida da moda na Suíça é vodka com red bull - e deixa os filhos beberem também.
Nesta parte já fiquei "doente", pois mesmo eu e o P. não tocámos neste tipo de bebidas pois era véspera de dia de "pica boi", e os pais consentem que eles bebam???? Pior... aproveitando a onda, ainda falam da tal situação ocorrida nesse convívio da semana anterior, sendo galhofa total, e exibindo ainda uma foto no telemóvel que o mostrava adormecido na casa de banho da fábrica.O outro casal que estava connosco não se riu da situação, tal como eu, e vim para casa chocada.

Atenção, eu não sou nenhuma santa, das que dizem que álcool nunca. Como boa estudante de Coimbra que fui tive os meus momentos animados patrocinados pelo álcool, e nas saídas à noite cai bem uma bebida alcoólica... desde que, claro, com conta peso e medida. Nunca mas nunca perdi a noção do que estava a fazer, ou me tiveram de ir levar a casa, ou não me lembrava de nada no dia seguinte.

Mas não acho normal, sabendo os efeitos nefastos do álcool, e com toda a informação que há actualmente sobre este tema, sobretudo do abuso do álcool pelos jovens, cada vez mais cedo, sejam os próprios pais a aceitar este comportamento e ainda se rirem... É que a descontracção era tal que me cheguei a questionar se seria eu a ser demasiado conservadora ou antiquada.